sábado, 6 de novembro de 2010

Dilma Rousseff é a primeira mulher eleita para a Presidência da República


Pela primeira vez nos 121 anos de história republicana, o Brasil será governado por uma mulher. A mineira Dilma Vana Rousseff, 62 anos, foi eleita neste domingo (31). Com quase 97% dos votos apurados, Dilma, do PT, liderava, às 20h45, com 54,1 milhões de votos (55,8%), contra 42,8 milhões de José Serra (PSDB). Ela será a 42ª pessoa a ocupar a Presidência da República. (Conheça os 41 presidentes do Brasil). Depois de quase cinco meses de uma campanha acirrada, a candidata petista parte agora para a dura tarefa de apaziguar os ânimos políticos e tentar manter os altos índices de aprovação ostentados pelo governo do presidente Lula.

Filha do engenheiro búlgaro Pedro Rousseff e da professora Dilma Jane Silva, Dilma Rousseff nasceu em Belo Horizonte, onde iniciou a sua militância política aos 16 anos no movimento estudantil, às vésperas do Golpe Militar de 1964.

Com o endurecimento da ditadura, Dilma adotou o caminho da luta armada. Foi presa em 1970, permanecendo três anos na cadeia, onde foi submetida a torturas. Hoje divorciada, foi casada com o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo, com quem teve uma filha. Antes, esteve casada por dois anos com o jornalista Claudio Galeno.

Fora da prisão, Dilma Rousseff retomou os estudos, em 1973, tendo cursado economia, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Com a anistia e a volta do pluripartidarismo, filiou-se ao PDT, de Leonel Brizola, fazendo parte da gestão do governador Alceu Collares.

Escolhida candidata pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma fez parte do governo petista desde o primeiro momento, em 2003. Foi ministra das Minas e Energia e ministra-chefe da Casa Civil, cargo que assumiu no lugar de José Dirceu, demitido, em 2005, em meio às denúncias do esquema do mensalão.

Na Casa Civil, foi a coordenadora das ações do governo. Com a proximidade do calendário eleitoral, o governo procurou dar mais visibilidade à então ministra, associando o seu nome a programas como o Minha Casa, Minha Vida e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Em abril de 2009, Dilma revelou que estava se tratando de um câncer linfático. Ela se disse curada depois de ter-se submetido a sessões de quimioterapia e radioterapia.

Pouco conhecida do eleitorado e disputando contra um veterano em eleições, Dilma começou a campanha com pouco mais de 15%, enquanto José Serra, do PSDB, ostentava índices superiores a 30% das intenções de voto.

Com o decorrer da campanha e o empenho cada vez maior do presidente Lula, acusado pela oposição de usar a máquina pública em favor de sua candidata, Dilma abriu dianteira, dando a impressão de que venceria já no primeiro turno, mesmo com as denúncias envolvendo a substituta de Dilma na Casa Civil, Erenice Guerra.

O crescimento da candidatura da senadora Marina Silva (PV), porém, provocou o segundo turno e renovou as esperanças tucanas.

Mas faltava uma parcela pequena do eleitorado a ser convencido pela campanha petista. E foi o que ocorreu neste dia 31 de outubro de 2010, com a consagração de Dilma Rousseff como a primeira mulher a governar o Brasil.

Dilma chega à presidência tendo como vice o deputado paulista Michel Temer, que preside o PMDB.

Da Redação / Agência Senado

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