quarta-feira, 28 de abril de 2010

Serys põe prévias sob suspeita e elogia Mauro Mendes


Senadora descarta rixa com Abicalil, diz que não aceita vice de Silval e nega saída do PT

Por Antonio de SouzaAgência Senado

A senadora Serys Slhessarenko voltou a questionar o resultado das prévias internas que indicaram o deputado federal Carlos Abicalil o candidato do PT a senador em Mato Grosso. “O resultado não traduz, absolutamente e de forma resoluta, a realidade. Há um sentimento de rejeição à forma como a direção do PT em Mato Grosso conduziu essa questão”, disse a parlamentar, em entrevista ao MidiaNews, sem, no entanto, esclarecer as supostas irregularidades. Para ela, a disputa interna foi desnecessária, “feita com insistência para mostrar a força de um determinado grupo dentro do partido”.

Dos 23 mil militantes aptos, pelo menos 9 mil votaram. Desse total, 4.597 votos foram para Abicalil e 4.131 para Serys. A votação foi realizada em 131 dos 141 municípios do Estado, no último dia 18.

Serys lembrou que o PT não terá candidato ao Governo e, por isso, está construindo as alternativas de apoio. “Mauro Mendes é uma dessas alternativas, com o aval dos nossos apoiadores”, disse, observando que, em 2008, na disputa pela Prefeitura de Cuiabá, ela subiu no palanque do então candidato do PR. “Se a eleição demorasse mais uma semana, ele teria sido eleito. Portanto, nosso posicionamento em defesa do apoio a Mauro foi construído sobre uma análise muito clara sobre o melhor perfil para Mato Grosso,” completou.

A senadora negou que tenha recebido convite do governador Silval Barbosa para ser candidata a vice-governadora na chapa do peemedebista. “Não recebi [o convite]. E se receber, já adianto que não vou aceitar”, afirmou. Ela também garantiu que não tem nada pessoal contra o deputado Abicalil. “Nossas divergências são outras, políticas. Os objetivos são os mesmos, mas os princípios que norteiam o encaminhamento é que são diametralmente contrários”, disse.

Por último, Serys afastou qualquer possibilidade de deixar o PT, depois do resultado negativo nas prévias. “Não consigo enxergar a minha vida política fora do PT. Mesmo fustigada, mesmo sendo escorraçada por alguns que se acham donos do partido no momento, jamais pensei em deixar o PT”, completou.

Confira os principais pontos da entrevista que a senadora Serys concedeu ao site, por e-mail:

Resultado das prévias “Já tivemos oportunidade de tratar dessa questão, publicamente. O resultado das prévias não traduz, absolutamente e de forma resoluta, a realidade política do que aconteceu. Temos que analisar o processo. Os números mostram claramente que está ausente um sentimento coletivo da grandeza do Partido dos Trabalhadores. Dos 23 mil filiados, menos de 9 mil foram às urnas. Há sentimento de rejeição à forma como a direção do PT em Mato Grosso conduziu essa questão, essa disputa interna, desnecessária, feita com insistência para prevalecer, em nome da democracia interna, uma oportunidade de crescimento de um grupo. Mato Grosso foi único estado onde o candidato eleito pelo povo teve a tentativa de cassar o seu mandato. Em todos os partidos, o candidato eleito tem a preferência da reeleição, exceto se tiver algo contra ele. Eu tenho contra mim o fato de ser a primeira mulher a chegar à Vice-Presidência do Congresso, a primeira senadora de Mato Grosso; tenho contra ser eleita, pela Transparência Brasil, entre os 10 senadores que mais trabalham pelo povo brasileiro. Ressalto que, entre os 10, sou a única mulher. Além de chefiar o Grupo junto ao G8+G5 etc. Usaram e abusaram da democracia do PT como instrumento para se fazer política de grupo. Isso é absolutamente condenável. Estive envolvida, durante as prévias, no projeto de governabilidade do presidente Lula. Nessa última semana, fiquei espantada com as informações que foram fornecidas pelo Diretório Regional à direção do meu partido, que não refletem a realidade dos fatos. Veja só: o conjunto das cidades onde vencemos as eleições representa 67% dos votos do povo de Mato Grosso. Isso, por si, só mostra a nossa representatividade, o reconhecimento do nosso mandato e a certeza de que estamos no caminho correto, ao lado dos que fazem política visando à coletividade, e não dos pequenos “nichos”, dos pequenos grupos, onde prevalece claramente o jeito tacanho e ultrapassado de se fazer política. Esses 67% representam 1,3 milhão de eleitores. Não tenho dúvidas em afirmar que conquistamos uma grande vitória política. A direção nacional do meu partido já constatou esse absurdo. Com relação à minha carreira política, eu repito e reafirmo: sou candidata ao Senado Federal, só me interessa o Senado Federal. Se nas eleições me tiram do palanque, estão me jogando nos braços do povo, que sempre me apoiou. Não vou abandonar a população que me liga, a todo momento. Meu celular, depois do dia 18, tem que ficar na energia elétrica, pois a bateria não dura mais de 4 horas com tantos telefonemas de apoio, e reiterando que são solidários à minha candidatura ao Senado. Já não sei mais o que dizer ao povo que me liga”.

Apoio a Mauro Mendes “A decisão de apoiar Mauro Mendes não foi tirada do dia para noite. Não! Por mais que meus adversários e os insatisfeitos tentem transformar essa declaração de apoio em ato de revanchismo, quem me conhece sabe muito bem meu jeito de agir. Sou da política ’seja quente, seja frio, nunca morno’, sempre me posicionei. Nunca fiz política com vingança ou ódio. E não vão ser essas pessoas que irão manchar a minha imagem, criada a partir daquilo que penso e luto. Não sou um produto de marketing e nem fabricada em gabinetes. Fui forjada na luta de classe, na luta dos trabalhadores. Meus 20 anos na Universidade Federal de Mato Grosso foram como professora, ministrando aula, ensinando. Tenho orgulho de dizer que tive milhares de alunos – o que não pode ser dito por alguns que tentam macular a minha imagem em torno dessa questão – e tenho um nome, um patrimônio moral a zelar. Na política, desafio alguém a mostrar que tive duas palavras. Sempre agi com transparência em tudo. Sempre honrei o mandato que recebi, em nome do Partido dos Trabalhadores. Sempre fiz política por inteiro dentro do PT. Jamais participei de correntes internas. Não faço parte de campos, embora sempre estimule o debate interno. Minha assessoria mesmo é composta de assessores de várias correntes do PT. Não posso deixar de reconhecer o apoio de diversas correntes nessas prévias. Chegamos a esses números expressivos, ou seja, vencer nas cidades que representam um colégio eleitoral de 1,3 milhão de eleitores, graças à luta e à garra desses companheiros e companheiras. No curso dos debates, esses companheiros querem que eu apóie quem me apoiou. Tenho disciplina partidária, em política eleitoral não basta apoio, é preciso voto. O partido (PSB) de Mauro Mendes pertence à base de apoio à eleição da ministra Dilma. Nada mais natural que eu trabalhe, a nível nacional, para o apoio do PT a quem sempre, de forma contundente e declarada, me apoiou. O PT decidiu que não terá candidato ao Governo e está construindo as alternativas de apoio. Mauro Mendes é uma dessas alternativas, avalizada pelos nossos apoiadores a qual também estamos apoiando. O povo que me apóia quer uma posição explícita, todos juntos, não nos dividimos e não aceitamos a divisão entre companheiros. Eu não traio, mas não aceito traição. O que é natural, nesse momento, lutar pela candidatura de Mauro Mendes, a decisão do partido é soberana, até a decisão do partido, estarei lutando”.

Fim da vida pública Antes de mais nada, quero dizer que temos recebido muita solidariedade da população mato-grossense e também dos segmentos nacionais onde atuo como senadora, diante do resultado das prévias ao Senado. Eu afirmo e reafirmo: só entro na eleição como candidata ao Senado, não sou mulher de duas palavras. Vou apoiar aqueles que me apoiaram explicitamente nas prévias, construir com esses companheiros e companheiras a alternativa mais viável e melhor para o PT. Isso é uma decisão pessoal e política. Quem me tira do palanque me coloca no chão ao lado do povo que me elegeu contra grandes caciques da política. A esse povo sou solidária”.

Apoio a Silval Barbosa “Como disse antes, o PT está em processo de discussão sobre quem vai apoiar ao Governo em 2010. Estar participando do Governo significa que o PT, obrigatoriamente, ira apoiar um candidato da base do Governo. Feliz é a ministra Dilma, que tem dois candidatos da base lhe oferecendo palanque; pior é a oposição, que só tem um. O que estamos propondo, com o apoio a Mauro Mendes, é algo perfeitamente normal e viável do ponto de vista político, partidário e eleitoral. Sou coerente: subi no palanque junto com Blairo [Maggi] quando Mauro foi candidato à Prefeitura; portanto, não estou mudando de lado, estou mantendo a coerência com o que o Partido dos Trabalhadores fez, há dois anos, na eleição para prefeitura, junto com o PR. O PT sempre foi coerente nas suas lutas”.

Candidatura a vice-governadora “Não recebi [convite para ser candidata]. E se receber, já adianto que não vou aceitar. Jamais fui contraditória na minha vida como profissional da Educação ou como representante da sociedade no Parlamento. Não entendo o poder pelo poder. Cargos não me seduzem. Há quem brigue no PT, com unhas e dentes, por cargos; há pessoas que brigam para indicar este ou aquele naquele órgão estratégico. Nunca entrei nessa discussão, para indicar gente para a Funasa, para o Incra ou Secretaria de Educação. A bem da verdade, não ter a possibilidade de disputar o Senado não me entristece, pois não faço política de poder pelo poder, faço política por quem me apóia, defende os mesmos princípios, e me elege. Nem busco cargos como alguns políticos buscam. A se lamentar mesmo apenas é a falta de uma visão estratégica da direção regional do meu partido. Todavia, a direção nacional já percebeu esse erro. Mas, isso a história vai registrar e o futuro próximo, muito próximo, dará a resposta”.

Rusgas com Abicail “Não tenho nada pessoal contra o deputado Abicalil. Nossas divergências são outras, políticas. Os objetivos são os mesmos, mas os princípios que norteiam o encaminhamento é que são diametralmente contrários. Que ele assuma responsabilidade pelos seus atos. Eu sigo o meu caminho, a minha história de vida, de luta, de trabalho. Ele tem os amigos dele e eu os mais de 600 mil votos que me elegeram. Eu sei com quem ando, com quem caminho. Ele também deve saber, afinal”.

Traição no PT “O deputado Carlos Abicalil, como presidente regional do PT, levou as prévias. Eu não dei atenção às prévias, pois fiquei no Congresso, garantindo a governabilidade do presidente Lula, tendo, inclusive, no período antes das prévias, estado no exercício da Presidência do Senado, devido a um problema de saúde do presidente do Congresso, o que me afastou de Mato Grosso. Honestamente, tenho a sensação que faltou respeito da direção regional do PT à minha história, faltou companheirismo. Alguns articulistas dizem que eu levei o PT às prévias. Como eu levei o PT às prévias, se era candidata natural à reeleição? Tenho o direito de ter o meu mandato avaliado pelos eleitores, a oportunidade de mostrar com muito mais ênfase aquilo que eu fiz como senadora. É natural. Tanto que me preocupei com a governabilidade deste país e não disputei o Processo de Eleição Direta do PT, o PED. Nesse PED, a questão da vaga ao Senado sequer foi cogitada. Como não foi discutido no PED, alterou-se a pauta do PED. Então, sem querer ser ingênua, não acreditava que a direção do meu partido no Estado viesse com a proposta de cassar o meu mandato. Era fácil, com o PT na mão, querer impor desejos de grupos. Eu não posso tolerar essa situação, jamais. Então, questionei e a discussão foi levada ao foro apropriado do PT, que é a prévia. Então, não procedem essas análises sem cabimento, feitas com desconhecimento. Houve, portanto, falta de respeito e consideração pela direção regional do PT. Mas, como disse, o futuro vai dar a resposta a tudo isso. A direção nacional e o próprio presidente Lula já perceberam o que houve. Tenho a consciência limpa e a solidariedade da direção nacional do PT”.

Saída do PT Cheguei nesse partido quando ele tinha apenas um vereador em Cuiabá, o companheiro Wanderley Pignati. Avançamos, crescemos juntos… São três mandatos como deputada estadual e um como senadora. Somam-se 20 anos de luta. Não consigo me ver fora do PT, não consigo enxergar a minha vida política fora do PT. Mesmo fustigada, mesmo sendo escorraçada por alguns que se acham donos do partido no momento, jamais pensei em deixar o PT. Ainda temos muitas histórias para serem construídas em defesa da sociedade brasileira como um todo. Recebi o apoio de um dirigente nacional do PT, nesta semana, que me disse: não abandonamos os companheiros, fundadores, aguerridos, batalhadores, disciplinados e, acima de tudo, que possuem os princípios que levaram um presidente a mais alta popularidade deste país. Os petistas de coração nunca morrem e, quando menos se espera, eles aparecem. Foi o que vi nesta semana, não sabia que era tão amada por vários fundadores”.

Reflexos no projeto Silval “Não existe racha no projeto do Governo. O PT vai apoiar um candidato da base aliada, não vamos trabalhar para dividir forças. Estou trabalhando, agora mais do que nunca, para o apoio a quem sempre, de forma contundente e explícita, defendeu os mesmos princípios que eu defendo no projeto de Governo. Uma divisão de forças é o que pode haver de pior num processo eleitoral. Não vou deixar o PT rachar a base da candidata Dilma. Meus mais de 20 anos no PT me avalizam a lutar como guerreira para não deixar a base rachar e eleger um candidato que se posiciona firmemente. O PT é um partido forte, de massa, de militância, de gente aguerrida, da turma dos “pés no chão”, dos setores organizados da sociedade. Se o PT está como ficou após as prévias, a culpa é toda desse grupo, que luta desesperadamente por objetivos que não estão alinhados aos interesses da classe trabalhadora, da sociedade e, quiçá, do próprio PT. Não houve debates nas prévias. A direção regional fugiu do debate. Você já viu eleição sem debate dos candidatos? Sem confronto de projetos? Idéias? Essas foram as prévias do PT, uma votação que não se sabe por que nem pra quê? Afinal, só se votou por cargo e não por idéias, princípios, projetos. Apenas entre nós, como discutir princípios? A falta de clareza nos debates ficou bem evidente. Eu sempre vivi o PT por inteiro. Hoje, estou com aqueles que estão ao meu entorno. Vamos ter uma base unida para a presidente Dilma. Quem, aparentemente, está ganhando vai perder; quem está perdendo vai ganhar”.

Vitória nas prévias: Mauro Mendes ou Silval Barbosa?

“Repito: não há dubiedade nessa posição. Ainda não debatemos o assunto, mas, durante as prévias, companheiros lembraram do companheirismo e posição explícita do Mauro Mendes. Não estou falando de quatro, cinco, seis pessoas. Estou falando de um movimento amplo de lideranças. Só não foi exposto antes porque o processo era de prévias e não havia o porquê de antecipar o debate. Prova disso que, até hoje, não falei com Mauro Mendes. Vamos debater, eu comecei o debate nacional. Terminadas as prévias, fizemos o que tinha que ser feito pela clareza com que esse grupo de apoiadores, grupo que está ao meu entorno, pensa e acredita que seja a melhor alternativa a ser construída. O PT não fechou, ainda, apoio a Mauro Mendes, repito, nem sequer conversei com Mauro Mendes, depois do dia 18. Apenas sigo o desejo do grupo que me apóia, desde a eleição para a Prefeitura de Cuiabá, aonde PT, PMDB e Blairo Maggi apoiaram Mauro Mendes”. *

Interesse político e/ou pessoal Mauro Mendes foi companheiro na ultima eleição à Prefeitura de Cuiabá. Se a eleição demorasse mais uma semana, ele teria sido eleito. Portanto, nosso posicionamento em defesa do apoio a Mauro foi construído sobre uma análise muito clara sobre o melhor perfil para Mato Grosso, desse grupo. Lembro que, no segundo turno da eleição, o PMDB foi o coordenador – ao longo das prévias, esse assunto foi lembrado. Não tem nada a ver com meu adversário. Estou lembrando a história. A história não é pessoal, é a soma da vontade e da coerência do povo. Quem conhece o PT sabe que o debate foi intenso. A senadora Serys continua sendo a senadora de palavra. E isso ninguém vai me tirar. Sou senadora e continuarei sendo até que o povo casse meu mandato, não me reelegendo”.

* Quando concedeu esta entrevista ao site, na sexta-feira (24), a senadora Serys Slhessarenko enfatizou que não conversara com o pré-candidato ao Governo pelo PSB, Mauro Mendes. Ontem, entretanto, como divulgado hoje, na coluna “Fogo Amigo”, a parlamentar recebeu o empresário em seu gabinete, em Brasília

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Participe da 1ª Jornada Nacional de Formação do PT

Em maio acontece a 1ª Jornada Nacional de Formação Política do PT que pretende contar com a participação de 100 mil filiados/as em diversos municípios do país. O objetivo principal é tornar os filiados e militantes do partido sujeitos da formulação, das decisões e da ação política.

A JORNADA acontece em três etapas ( regionais, estaduais e locais ). A etapa preparatória regional cobriu 25 estados, envolvendo 700 pessoas entre dirigentes estaduais e municipais, formadores ( as ) militantes e filiados ( as ). Em abril estão acontecendo as etapas preparatórias estaduais que preparam os militantes responsáveis por realizar as atividades locais das quais todos/as militantes filiados/as do partido estão convidados a participar.

A JORNADA está em pleno movimento estimulando o partido se organizar para retomar a formação. O fortalecimento ou a organização dos coletivos estaduais e municipais de formação serão fundamentais para que seja possível realizar a jornada, preservar a memória das experiências realizadas e garantir a continuidade do trabalho. Este ambiente ajudará a consolidar a Escola Nacional de Formação. Ela é uma iniciativa da Direção Nacional do PT, por meio da Secretaria Nacional de Formação e da Fundação Perseu Abramo, em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Formação.

Metodologia

A metodologia indica a necessidade de que se realizem mediações entre os conhecimentos sobre o partido e sobre as relações sociais, políticas e culturais apresentados nos cadernos 1, 2 e 3 e os conhecimentos, representações e opiniões, expressos pelos participantes sobre essa experiência.

Assegurando que a existência de diferentes concepções e interpretações sobre os diferentes momentos da história do PT seja apontada valorizando a existência da pluralidade que caracteriza o PT.

Conteúdos

Os conteúdos a serem trabalhados abarcam elementos da história do partido e de suas idéias no contexto da história do país, com ênfase em conjunturas específicas que se tornaram, ou têm se tornado, marcos para o Brasil, para o PT, os movimentos populares e a esquerda. Também tratam de nossa mais importante experiência de poder: os quase 8 anos de governo Lula e nosso projeto para o Brasil.

São trabalhados três núcleos de conteúdos que serão o foco em todas as etapas ( regional, estadual e local). Esses núcleos estão contidos em três cadernos que que materializam um esforço comum de recuperação e elaboração de elementos da história do PT, da história da elaboração dos programas de governo das candidaturas à presidência da República, da experiência do governo Lula e das possibilidades de dinamização dos diretórios regionais, a partir de diferentes leituras políticas da história do partido. Os cadernos serão distribuídos a todos/as os/as participantes em todos os municípios e são as referências para os/as formadores.

São eles:

• Caderno 1 – Elementos da história do Partido dos Trabalhadores e suas resoluções.

• Caderno 2 – O Projeto Nacional e a política internacional do PT ( Balanço do governo Lula e elementos dos programas de governo desde 1989 ).

• Caderno 3 – Articulação do Projeto Nacional, Projetos Regionais e Locais, o fortalecimento do PT e a luta pela hegemonia no país.

Mobilização

Haverá forte mobilização para a realização da Jornada em cada município ou macro-região. O grande interesse dos/as participantes pelos conteúdos apresentados nas etapas regionais, especialmente no que se refere à construção do pensamento do PT, ( aspectos centrais das resoluções dos congressos e encontros ), mostrou o quanto é importante ser evidenciado o processo de formulação do partido para que os/as filiados/as e militantes possam se apropriar do patrimônio teórico-prático produzido. Essa produção deve ser o ponto de partida para a reflexão e a elaboração política.

PARTICIPE

Vamos aproveitar a realização da 1ª JORNADA NACIONAL DE FORMAÇÃO para revigorar nossos diretórios municipais chamando os militantes e filiados ( antigos e novos ) para participar das atividades.

Entre em contato com a Secretaria Estadual ou Municipal de Formação e INSCREVA-SE!

Mais informações:

http://www.pt.org.br/portalpt/secretarias/formacao-politica-26.html

http://www.fpa.org.br/jornada

JPT de Palmas lança campanha “13 dias pelo voto aos 16″


Prezados(as),

Na última sexta-feira no Diretório regional do Partido dos Trabalhadores a direção da Juventude PT de Palmas lançou a campanha “13 dias pelo voto aos 16″.

Essa tarefa faz parte da campanha nacional pelo voto aos 16 e terá uma agenda de atividades em todas as regiões da capital.

Na próxima terça-feira (27/04), haverá panfletagem no colégio Santa Rita de Cássia no Aureny I, na quarta-feira será a vez dos colégios Castro Alves e Criança Esperança, na região norte. E quinta-feira, a panfletagem será no IFTO – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins.

No final de semana haverá atividades nas comemorações do dia do Trabalhador sábado dia primeiro de maio e domingo na Feira do Bosque.

A campanha que tem o slogan ” As Escolhas da Juventude mudam a história” tem o objetivo de incentivar os Jovens que completam 16 anos até o dia 03 de outubro (data da eleição) procurarem o Cartório Eleitoral para fazerem seus títulos de Eleitor.

No lançamento foi apresentado o Material de divulgação da campanha e a agenda de tarefas da JPT nos próximos 13 dias!

Estamos a disposição para quaisquer dúvidas ou esclarecimentos.


Iranilto Sales
Secretário da JPT
Palmas – TO

domingo, 25 de abril de 2010

Balanço da Jornada de Lutas do MST



Balanço da nossa jornada de lutas


23 de abril de 2010

1. A história

O mês de abril se tornou um símbolo da luta pela democratização da terra no Brasil e em todo mundo. Em 17 de abril de 1996, 19 trabalhadores rurais, que participavam de uma marcha, foram brutalmente assassinados pela Polícia Militar do Pará, em Eldorado dos Carajás. Era governador do Pará o sr. Almir Gabriel (PSDB). Era presidente do Brasil o sr. Fernando Henrique Cardoso. Segundo o advogado de defesa dos policiais, a empresa Vale do Rio Doce financiou a mobilização da tropa. O Massacre de Carajás foi um dos crimes mais covardes e estúpidos de toda história de nosso país.

Passaram-se tantos anos, e até hoje ninguém foi punido ou condenado.

Em 2002, o presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou projeto de lei de iniciativa da senadora Marina Silva, e instituiu o 17 de Abril como Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Por isso, no mês de abril, aqui no Brasil e em todo mundo acontecem mobilizações camponesas na luta por melhores condições de vida e para avançar a Reforma Agrária. Neste ano realizamos mais uma jornada de lutas, com mobilizações em todo país, ocupações de terras, protestos e marchas, para seguir pautando as necessidades históricas dos camponesas e camponesas.

Temos na pauta dois temas complementares. O primeiro é a necessidade de retomar o debate sobre a necessidade de mudanças estruturais na propriedade da terra e no modelo agrícola imposto pelo capital internacional em nosso país, o chamado agronegócio. E o segundo são as diversas demandas concretas, compromissos assumidos pelo governo, para melhorar as condições de vida dos trabalhadores de forma imediata.

A eleição do presidente Lula abriu novas perspectivas para os trabalhadores rurais e para a Reforma Agrária. Depois da posse, acompanhamos a formulação do Plano Nacional de Reforma Agrária, que foi rebaixado por pressão da bancada ruralista e pela falta de prioridade da área econômica.

Em 2005, fizemos uma grande marcha de Goiânia a Brasília, com 12 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais, que caminharam mais de 200 km, durante 17 dias. No final da marcha, fomos recebidos pelo presidente Lula e entregamos uma pauta de reivindicações, com sugestões para melhorar a política agrária. Naquela ocasião o governo se comprometeu, por escrito, com os seguintes pontos:

1. Priorizar o assentamento de todas as famílias acampadas

2. Atualizar os índices de produtividade (ou seja, cumprir a Lei Agrária)

3. Garantir recursos para a desapropriação de áreas

4. Criar uma linha de crédito específica para assentados

5. Criar uma linha especial de crédito no BNDES para agroindústrias e cooperativas nos assentamentos

6. Ampliar os recursos para os programas da educação no campo

2. A conjuntura atual

Foi passando o tempo, e muito pouco foi feito nessa direção. O resultado foi que, nesses anos, aumentou ainda mais a concentração da propriedade da terra. A opção pelo agronegócio, por parte de alguns ministérios, ficou mais clara.

Jornada a jornada, todos os anos, apresentamos praticamente a mesma pauta ao governo. Por isso dizemos que nossa pauta ficou amarela. Nenhuma medida estruturante foi implementada e os poucos assentamentos foram realizados mais como medida de solução de conflitos do que como projeto alternativo para a produção. Milhares de famílias continuam acampadas. E do total de famílias assentadas pelo governo, 65% foram em projetos de regularização fundiária e colonização na Amazônia.

Por outro lado, ao aproximar-se da eleição, a direita se articulou nos espaços onde tem hegemonia, como o Poder Judiciário, a bancada ruralista e setores da mídia burguesa, para atacar a Reforma Agrária, a luta social e o MST. Nos últimos meses, foi nítida a campanha promovida pelos meios de comunicação da burguesia. Os ataques no Congresso, com a constituição da CPMI da Reforma Agrária, a tentativa de impor mudanças legislativas para pior, como no caso do Código Florestal e outras iniciativas.

No Poder Judiciário, o ministro Gilmar Mendes se transformou em porta-voz do latifúndio, defendendo sempre e apenas o direito absoluto da propriedade, desconhecendo o que diz a Constituição, e abandonando o posto de magistrado para se transformar em advogado dos interesses dos fazendeiros. Ele nunca se preocupou em receber a CNBB e a CPT para explicar porque, dos 1.600 assassinatos de trabalhadores e lideranças no campo de 1985 para cá, apenas 80 têm processos judiciais, 16 foram condenados e apenas oito estão presos. Nem explicou quais medidas o Poder Judiciário está tomando em relação aos flagrantes delitos contra o meio ambiente e as situações de trabalho escravo do latifúndio.

A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que grilou uma terra pública de 2.500 hectares em Tocantins e expulsou os posseiros pobres, levanta-se como baluarte da tradição, da família e propriedade, sonhando em ser vice na chapa do Serra. Pelo papel que ela tem cumprido à frente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), sabemos que ela vai representar os interesses mais reacionários da burguesia brasileira caso consiga disputar as eleições. Os ataques contra os trabalhadores já começaram. Sabemos que podem piorar.

3. Nossa ação

Nos mobilizamos, primeiro, para dizer para a sociedade brasileira que precisamos de mudanças estruturais na propriedade da terra, garantindo a democratização desse bem da natureza que a Constituição garante a todos os brasileiros. Para dizer que o modelo do agronegócio é prejudicial para nossa sociedade, pois produz apenas commodities para exportação, produz em larga escala somente com venenos, transformando o Brasil no maior consumidor mundial de agrotóxicos. Denunciamos ainda que a forma de produzir do agronegócio, além de superexplorar os trabalhadores, degrada o meio ambiente, contribuindo para as mudanças climáticas que afetam a todos.

Nossa mobilização neste abril foi vitoriosa. Milhares de trabalhadores protestaram em quase todos os estados do país. Em todos os lugares a sociedade nos apoiou de diferentes formas. Sem a solidariedade de tantas entidades, sindicatos, igrejas e pessoas de boa vontade seria impossível levar adiante a luta em condiçoes tão adversas. Nos mobilizamos para exigir do governo que honre seus compromissos: que recupere o orçamento do Incra; que viabilize recursos para a desapropriação das fazendas com processos prontos; que publique a portaria que atualiza os índices de produtividade, e que discuta seriamente formas concretas de organizar a produção nos assentamentos. Que cumpra o compromisso de assentar as famílias acampadas há tantos anos.

Fizemos reuniões com diversos ministros: do Planejamento, da Secretaria da Presidência, do MDA. Esperamos que os compromissos sejam de fato assumidos e viabilizados.

De nossa parte, como movimento social, temos o dever e o direito de seguir organizando os trabalhadores do campo, para que lutemos por nossos direitos.

Estaremos atentos.

E conclamamos a todos setores organizados das forças populares a se prepararem e somarem forças na jornada de 18 de maio, para uma mobilização nacional em prol da redução da jornada de 44 para 40 horas semanais, sem redução de salários.

Lutar por Justiça Social é nosso direito.

Secretaria Nacional do MST

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Encontro Estadual do Partido dos Trabalhadores!!!

O Partido dos Trabalhadores do estado do Rio de Janeiro realiza no próximo domingo 25/04/10, o Encontro Estadual do partido na quadra do Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela, com a presença da nossa pré-candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff. O credenciamento de delegados titulares ocorrerá sábado (24) de 9h às 12h na sede do PT e domingo (25) das 8h às 10h30 no local do evento. O credenciamento de delegados suplentes acontecerá somente domingo das 10h30 às 12h na Portela.

A G.R.E.S Portela fica na Rua Clara Nunes, 81 em Madureira. Saiba como chegar: http: //maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR&q=GRES%20Portela&um=1&ie=UTF-8&sa=N&tab=il

Confira a pauta do Encontro:

• Apresentação do resultado das prévias.
• Aprovação do resultado da política de aliança.
• Leitura e aprovação da nominata de candidatos a deputado estadual e deputado federal.
• Suplência do Senado.
• Ato solene da pré-candidatura de Dilma Rousseff e Lindberg Farias.
• Tática/ Estratégia Eleitoral.
• Tempo de TV/ Programa.
• Diretrizes do programa de governo do PT.

Convidamos toda a militância do PT para está presente neste grande ato político de apoio a Dilma e Lindberg a entrada é liberada a todos (as).
Podem participar todos militantes e simpatizantes do encontro democrático do PT é um espaço onde decidiremos nossa política a nível estadual e nacional a presença da militância é fundamental nesse momento de construção partidária!

Convite:

Na reunião da direção estadual realizada na última quarta-feira, dia 21/04/10,
marcamos uma reunião da Articulação de Esquerda para domingo, dia 25/04/10, 10 horas, na quadra da Portela, antes do início do Encontro Estadual do PT onde estará presente a companheira Dilma e Lindberg.

Na pauta, repassar os informes da reunião da DEAE e fazer a discussão do
Encontro e as possíveis polêmicas.

Assim, convidamos todos os militantes da AE para estarem no Portelão domingo, a presença de vocês é super importante.

10 horas, na nossa reunião.

Um abraço,
Ronaldo Cerqueira
Articulação de Esquerda - PT

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Durante conversa com internautas, Dilma indica educação como prioridade para o país

A pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, disse nesta segunda-feira (19), na estréia de seu blog, o www.dilmanaweb.com.br, que a prioridade do país tem que ser a educação, porque só assim a desigualdade, raiz de um dos principais problemas nacionais, será resolvida.

“A educação é precondição para romper o ciclo de desigualdade que existe no Brasil. Ter educação significa que vamos ter futuro. Demos os primeiros passos para tirar ela da inércia. Pensamos a educação desde a creche até a universidade. Estou convencida também de que tratar da educação é resolver o problema [da desigualdade] na raiz”, disse ela em resposta ao blogueiro gaúcho, Marco Weissheimer.

O lançamento ao vivo do site pela Internet contou com a participação de twiteiros e blogueiros do Brasil e do exterior. Foram registrados 7,2 mil acessos simultâneos durante a transmissão.

O internauta Francisco perguntou via twitter se Dilma voltaria a dialogar com os internautas pelo site e ela disse que pretende fazer isso uma vez por semana. “Nós vamos procurar dentro do nosso possível manter uma fala ou uma conversa com vocês pelo menos uma vez por semana. Pode ter momentos que não poderemos fazer. Mas a ideia é essa”, informou.

Descontraída, Dilma contou quais livros estava lendo no momento, disse que gosta de novelas, mas que não está assistindo as atuais, e agradeceu a uma internauta que mandou uma mensagem dizendo que achava a ex-ministra da Casa Civil mais bonita de óculos.

O índio Anápuáka Muniz Tupinambá, um dos blogueiros que fez perguntas à Dilma, quis saber como ela via as redes sociais. Dilma disse que achava essas ferramentas fundamentais para a relação das pessoas pela web. “Eu acredito que as redes sociais, o Twitter, o Orkut, o Facebook são fundamentais para fazer essa relação que a Internet propicia. Quando se trata da luta das populações indígenas, podem ser fundamentais para que se ouça a voz dos índios e da sua visão de mundo”, respondeu.

Dilma ressaltou ainda a importância de levar banda larga para os lugares mais distantes do país e lembrou do programa do governo para levar a conexão às escolas brasileiras. Ela também afirmou que a Internet deve ter um papel intenso durante a disputa política desse ano.

“Eu acredito que a Internet vai ter importante papel no Brasil. Se vai ser como os Estados Unidos eu não sei. Mas que vai ter essa adaptação brasileira que a gente coloca em tudo vai. Acho que os twitter, os blogueiros, os twiteiros terão papel importante. Em tempo real as pessoas poderão colocar suas dúvidas. Acho que vamos ter na Internet um instrumento muito grande para a democracia. A Internet vai ser muito importante, porque a gente vai ficar rouco de ouvir, a gente aprende com as sugestões, com as críticas”, disse ao ser questionada pelo blogueiro Eduardo Guimarães.

Do http://www.galeradadilma.com.br/


terça-feira, 20 de abril de 2010

Pressão de internautas faz Globo tirar vídeo pró-Serra do ar

A TV Globo tirou do ar nesta segunda-feira (19) o jingle da comemoração dos 45 anos da emissora, veiculado desde a noite de domingo. A decisão foi tomada depois de uma onde de denúncias e protestos que tomaram conta da internet, através de blogs e de redes sociais.

O coordenador da campanha de Dilma Rousseff (PT) na internet, Marcelo Branco, foi o primeiro a denunciar no Twitter que o jingle embute, de forma disfarçada, propaganda pró-José Serra (PSDB).
De acordo com Branco, a mensagem estaria embutida no "45", o número do PSDB, e em frases do jingle como "todos queremos mais", uma referência ao slogan adotado por José Serra. Para o secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR), o lema de Serra "inspirou" o jingle da Globo.

Apenas oito dias depois de Serra lançar sua candidatura à Presidência com o lema “O Brasil pode mais”, o vídeo comemorativo da Globo não fazia por menos. Ecoava que “todos queremos mais. Educação, saúde e, claro, amor e paz. Brasil? Muito mais. É a sua escolha que nos satisfaz. É por você que a gente faz sempre mais”.

Ao fim do vídeo, a Globo exibia ao lado de sua logomarca um gigantesco número 45 — o mesmo do PSDB. Alguém viu propaganda subliminar nisso tudo? “Eu e toda a rede”, respondeu Marcelo Branco, responsável pela campanha de Dilma Rousseff na internet.

Com agências

domingo, 18 de abril de 2010

FRAUDE NO DATAFOLHA À FAVOR DO SERRA!!

QUEREM GANHAR ELEIÇÃO "NA MARRA"? OU QUEREM FAZER O POVO, O TSE/STF/POLÍCIA FEDERAL DE "BABACAS" ???

Há uma fraude, intencional "ou não", no tamanho da amostra da pesquisa Datafolha de março em relação à de fevereiro. Da pesquisa divulgada hoje ainda não há estes dados para conferir. Mas os dados de fevereiro e março, disponíveis no TSE, são suficientes como prova. Seria o caso de QUALQUER MINISTRO do TSE ou do STF, mandar fazer uma investigação profunda nessa "CONSTATAÇÃO" GRITANTE?

Na pesquisa de fevereiro o instituto fez 2.600 entrevistas, sendo em 18 bairros de São Paulo.

Na pesquisa de março, o Datafolha elevou a pesquisa para 71 bairros de São Paulo. Porém, inexplicavelmente, não aumentou o número de entrevistas, mantendo as mesmas 2.600 pessoas pesquisadas.

A pesquisa do Datafolha é na rua, em lugares de movimento. Cada bairro é um ponto de coleta de entrevistas de intenção de votos.

Rio e Belo Horizonte perderam importância relativa na amostragem para São Paulo:

No Rio de Janeiro (segundo colégio eleitoral) a pesquisa foi feita em 10 bairros (10 pontos de entrevista).

O eleitorado da capital paulista é 1,8 vezes maior do que o da capital fluminense.

Pela proporção, se o Rio teve 10 pontos de coleta, São Paulo deveria escolher 18 bairros, e foi esse o número da pesquisa de fevereiro, o que estava certo. Resultado naquela data: apenas 4% de diferença entre Serra e Dilma.

Subitamente, em março, o DataFolha ampliou a coleta de amostra de São Paulo para 71 bairros. Inexplicavelmente, manteve para o Rio os mesmos 10 bairros. Resultado: a diferença aumentou para 9% entre Serra e Dilma.

Se o objetivo era ampliar a amostra para maior precisão, também seria necessário aumentar o número de bairros no Rio na mesma proporção, elevando de 10 para 39.

A mesma coisa aconteceu com Belo Horizonte. Tanto em fevereiro como em março, as pesquisas abrangeram 4 bairros.

BH tem cerca de 22% do número de eleitores de São Paulo. Assim, para 18 bairros pesquisados em São Paulo em fevereiro, 4 em BH estava proporcionalmente correto. Mas para 71 bairros na capital paulista, seria necessário aumentar para 15 em BH.

Os locais de entrevista em São Paulo aumentaram, mas as entrevistas continuaram em 2.600

Outro forte mau-cheiro exalado pela pesquisa de março é o número de entrevistas ter ficado fixo, quando aumentou-se os pontos de coleta de entrevistas.

Na melhor das hipóteses, para aumentar o número de pontos de 18 para 71, em São Paulo, mantendo o mesmo total de entrevistas, seria necessário reduzir o número de entrevistas em cada ponto, seja em São Paulo, seja em outras cidades.

Só que não faz qualquer sentido o Datafolha pagar pesquisadores para darem plantão em mais pontos, e pedir para cada um deles fazer menos entrevistas, trabalhando menos.

Na pior das hipóteses, pode acontecer o famoso "descarte" seletivo de fichas. As pesquisas seriam feitas em número superior a 2.600, e depois uma parte das fichas descartada, "impugnada". Descarta aqui, impugna ali, Serra teve mais "sorte" do que Dilma nos descartes, a ponto da diferença aumentar de 4% em fevereiro, para 9% em março, para 10 % em abril.

O Datafolha vai argumentar que o tamanho da amostra em São Paulo não quer dizer nada, porque os resultados finais são ponderados de acordo com os dados do IBGE. É apenas uma meia verdade, pois uma pesquisa "bem feita" em São Paulo, e "mal feita" no Rio de Janeiro e Minas Gerais, afeta os resultados de toda a região sudeste e do Brasil.

O fato indiscutível é que o Datafolha mudou sua metodologia no meio do jogo, e não comunicou ao distinto público, o que, por si só, já é para lá de suspeito.

E está usando critérios desproporcionais ao tamanho do eleitorado, para cidades diferentes, o que é tecnicamente condenável por qualquer estatístico.

É um engôdo, uma forma de fraude, comparar a evolução do próprio Datafolha de fevereiro para março, quando foram feitas com metodologias diferentes, com planos de amostragem diferentes.

Qual o impacto dessa lambança no resultado nacional da pesquisa não dá para saber, inclusive porque seria necessário analisar o que foi mudado nas demais cidades. Só o Datafolha pode explicar. Mas quem vai confiar nas explicações do Datafolha depois disso?


Confira a relação dos bairros na pesquisa feita entre 25/03/2010 a 26/03/2010 nesta página do TSE, clicando na protocolo 7346/2010:

Depois clique na parte indicada abaixo que aparecer na tela:

Confira a relação dos bairros na pesquisa de fevereiro, feita entre 24/02/2010 a 25/02/2010 repetindo o processo acima, porém clicando no protocolo 4080/2010 (virando para a página seguinte na tela acima)

Curiosamente, Institutos independentes, não LIGADOS a "patotas", "grupos" (leia-se Globo - Folha de S.Paulo, escancaradamente PALANQUES de um candidato de um determinado partido) dão resultados completamente distintos do Datafolha, considerando que foram feitos num mesmo período. Muito estranho. É caso para ser analisado pelo TSE/STF ou pela Policia Federal?

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Se lig@ 16!!


sexta-feira, 9 de abril de 2010

Stedile: “A mídia critica nossas ocupações, mas faz vista grossa às terras griladas pela Cutrale e Daniel Dantas”


Por Conceição Lemes do Viomundo
17 de abril de 1996. Cerca de 1.500 famílias de trabalhadores rurais sem-terra estão acampadas há mais de um mês no município de Eldorado dos Carajás, sul do Pará. Reivindicam a desapropriação de terras, principalmente as da Fazenda Macaxeira.
Como não são atendidas, em 10 de abril, iniciam a “Caminhada pela Reforma Agrária”, rumo a Belém, a capital, para sensibilizar as autoridades. No dia 16, montam acampamento próximo à cidade de Eldorado dos Carajás, interditam a estrada (no km 96 da rodovia PA-150) e exigem alimentos e transporte. Às 20h, o major que negocia com lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) garante que as reivindicações seriam levadas às autoridades estaduais e federais competentes. Um acordo é fechado.
Mas no dia 17, às 11h, um tenente da Polícia Militar (PM) comunica uma contra-ordem: nenhuma reivindicação seria atendida, nem a mesmo a doação de alimentos. Duas tropas fortemente armadas da PM – uma vinda de Marabá, outra de Paraupebas –, ocupam a estrada e iniciam a desobstrução, descarregando revólveres, metralhadoras e fuzis sobre os trabalhadores sem-terra, que se defendem com paus, pedras, foices e os tiros de um único revólver. O resultado da operação é o Massacre de Eldorados dos Carajás: 19 sem-terra barbaramente assassinados e 69 feridos. Os feridos tiveram de ser aposentados por incapacidade para o trabalho agrícola; dois deles faleceram meses depois em consequência dos ferimentos.
A partir daí, a Via Campesina Internacional instituiu o 17 de abril como o Dia Internacional da Luta Camponesa. No Brasil, o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, tornou a mesma data Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Desde então, acontecem manifestações camponesas no Brasil e no restante da América Latina. Este ano, no dia 17, elas ocorrerão mais uma vez.
“O objetivo é dar visibilidade à nossa luta, até porque, até hoje, nenhum dos policiais e políticos responsáveis pelo Massacre de Carajás foi punido”, afirma João Pedro Stedile, o principal líder do MST. “O papel do nosso movimento é organizar os trabalhadores do campo pobres para que lutem por seus direitos, melhorem de condições de vida e tenham terra para trabalhar.”
A mídia corporativa, que frequentemente criminaliza o movimento dos trabalhadores rurais sem-terra, já está em campanha contra o “Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária” de 2010. O editorial “O vermelho de abril” publicado no Estadão de domingo passado, 4 de abril, é uma mostra do que está por vir. Nesta entrevista exclusiva ao Viomundo, João Pedro aborda desde o comportamento da mídia às ocupações violentas do MST, que têm feito com que o movimento perca apoio de uma parte da sociedade.
Viomundo — O editorial do Estadão do último domingo dissemina medo em relação ao MST. Ao mesmo tempo, torce veladamente para que o abril de 2010 seja mais vermelho – leia-se violento, sangramento — e respingue na candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff (PT). Essa é a sua leitura do editorial?
João Pedro Stedile – Nós estamos acostumados com as declarações ideológicas desse jornal. Ficamos impressionados com a clareza com que defendem os interesses do latifúndio, da minoria privilegiada. O Estado de S. Paulo é o principal porta-voz das oligarquias rurais e dos setores mais atrasados da burguesia brasileira. Não aceitam qualquer mudança social. Há mais de 100 anos defendem a ferro e fogo os privilégios da classe dominante.
Assim como antigamente faziam anúncios de venda de trabalhadores escravos, agora se colocam contra a reforma agrária. Qualquer movimento de trabalhadores organizados é um problema. Por isso, tratam o nosso movimento como uma ameaça à toda a sociedade, que deve ser acompanhado com preocupação e combatido por parlamentares, juízes, órgãos de inteligência e formadores de opinião.
Para isso, o jornal tenta construir um clima de terror e medo, colocar um movimento de trabalhadores sem-terra como uma sombra na sociedade, criando uma paranóia que só convence aqueles que não conhecem a realidade do campo. A reforma agrária é uma ameaça, de fato, somente aos 50 mil proprietários com mais de 1.000 hectares que concentram 146 milhões de hectares (43% das terras agricultáveis). Eles representam 1% dos proprietários e devem se preocupar…
Viomundo – Já a Folha tenta jogar o MST contra o governo federal. É isso mesmo?
João Pedro Stedile – O estilo da Folha é mais fofoqueiro e costuma se dedicar à pequena política. São fofocas de salão. Acredita que pode alterar a luta de classes com factoides. Investe em fofocas para tentar criar contradições vazias entre o nosso movimento e o governo federal, ignorando a situação dos trabalhadores rurais e a lentidão para a criação de assentamentos. Na atualidade, prioriza a criação de factoides em defesa da candidatura de José Serra a presidente e da continuidade dos tucanos à frente do governo do estado de São Paulo. O sonho do seu proprietário é ser um intelectual respeitado, mas não passa de um pequeno-burguês lambe botas dos grandes interesses da burguesia.
Viomundo – Como caracterizaria o comportamento dos outros veículos da chamada grande imprensa?
João Pedro Stedile – Os mais perniciosos são os veículos das Organizações Globo. O Globo e o Jornal Nacional são manipuladores contumazes. Conseguem unir com genialidade a ideologia burguesa com os seus interesses particulares para ganhar dinheiro sustentando ideologicamente a desigualdade da nossa sociedade. Espero que o projeto de banda larga popular e gratuita enfraqueça o poder de manipulação da televisão aberta e enterre o papel da Globo na sociedade brasileira.
Viomundo – Já li uma entrevista sua onde coloca o governo Lula e o FHC em pé de igualdade. Acha que são iguais mesmo?
João Pedro Stedile – Na forma de tratamento dos movimentos sociais, não são iguais, não. FHC tentou cooptar, isolar e criou condições para a repressão física, que resultou nos massacres de Corumbiara e Carajás. Já no governo Lula há mais diálogo. Nunca houve repressão por parte do governo federal.
Infelizmente, em ambos os governos, não houve desconcentração da propriedade da terra, o que é o fundamental. A reforma agrária é uma política governamental, executada pelo Estado em nome da sociedade, que visa desapropriar grandes propriedades de terra que não cumprem a função social. É uma bandeira republicana, que se insere nos direitos democráticos. Para isso, procura democratizar o acesso à terra e desconcentrar a propriedade fundiária. Dentro desse conceito, durante os governos FHC e Lula, os latifundiários aumentaram o controle das terras.
Está em curso um movimento de contra-reforma agrária, realizado pela lógica do capital de empresas transnacionais e do mercado financeiro. De acordo com o censo de 2006, 15 mil fazendeiros com mais de 2 mil hectares controlavam nada menos que 98 milhões de hectares. Também houve uma maior desnacionalização das terras, com a ofensiva do capital estrangeiro. Somente no setor sucroalcooleiro, em apenas três anos, o capital estrangeiro se apropriou de 27% de todo setor, segundo o jornal Valor Econômico.
Apesar disso, reitero as diferenças. O governo FHC era o legítimo representante da aliança entre uma parcela da burguesia brasileira subordinada aos interesses do capital internacional e financeiro. Já o governo Lula representa um outro tipo de alianças. É um governo de conciliação de classes, que juntou dentro dele setores da burguesia brasileira e setores da classe trabalhadora. E por isso é um governo mais progressista do que o governo FHC.
Viomundo – Em agosto de 2009, o MST acampou durante duas semanas em Brasília, além ter feito marchas e protestos por todo o país. Na ocasião, apresentou uma pauta de reivindicações e estabeleceu uma negociação ampla com o governo federal para a retomada da reforma agrária. Como está essa agenda?
João Pedro Stedile – Nas negociações, o governo se comprometeu a assinar a portaria que revisa os índices de produtividade e investir mais 460 milhões para as desapropriações de latifúndios, além de demandas para resolver problemas nos estados. Infelizmente, não houve ainda atualização da portaria dos índices de produtividade nem aporte de recursos para reforma agrária.
Esperamos que o governo cumpra a sua palavra. Dessa forma, poderão, pelo menos, resolver problemas pontuais e conflitos que se somam nos estados. Há mais de dois anos processos assinados para desapropriação de fazendas estão parados por falta de recursos do Incra. O governo precisa investir, no mínimo, 1 bilhão de reais para zerar o passivo de fazendas, que estão em processo final de desapropriação. O orçamento previsto para o ano é apenas 460 milhões de reais.
Viomundo – Este ano teremos eleições presidenciais. Eu sei que oficialmente o MST não apóia este ou aquele candidato. Mas a base assim como a direção tem suas preferências. Em que candidato não votariam de modo algum?
João Pedro Stedile – Nós fizemos um debate com os movimentos sociais que se articulam na Via Campesina Brasil. Há um sentimento de que devemos colocar energias para impedir que o Serra ganhe as eleições. Não se trata de julgamento pessoal ou partidário, mas de uma avaliação do tipo de projeto e de forças sociais que ele representa.
Viomundo – Em que candidatos poderiam votar?
João Pedro Stedile – Em toda a nossa trajetória, o MST nunca tirou deliberações sobre nomes para votar nas eleições. Mas naturalmente a militância tem consciência política de votar – em todos os níveis – em candidatos que sejam comprometidos com a reforma agrária e com as mudanças necessárias para o Brasil. A partir disso, cada um, de acordo com a sua consciência, faz a escolha. O voto é uma manifestação da liberdade política individual, que deve se expressar em torno de projetos de sociedade.
Viomundo – Nas eleições deste ano, o jogo será muito sujo. Como vocês pretender pretende agir neste contexto, já que as forças conservadoras tentarão queimar a candidatura Dilma, valendo-se do MST?
João Pedro Stedile – Realmente, a campanha eleitoral deste ano será muito disputada e dura. As elites e seus meios de comunicação já fizeram diversas reuniões para se articular e se organizar, numa verdadeira guerra ideológica. Eles farão de tudo para manipular fatos e criar factoides para favorecer o Serra. Ao mesmo tempo, caso não tenham condições de ganhar, tentarão fazer com que uma vitória da Dilma esteja condicionada e comprometida em não fazer mudanças. Para isso, vão atacar sistematicamente todas as lutas sociais e movimentos populares, para evitar que atuem como força social nas eleições e discutam projetos de sociedade. Ou seja, vão sobretudo criminalizar a luta social. Esse é o jogo.
Nós estamos acostumados a ele e, independentemente de candidaturas, continuaremos fazendo o nosso papel, ou seja: organizar os trabalhadores do campo para que lutem por seus direitos e melhorem as suas condições de vida. Até os intelectuais dos tucanos sabem que nunca houve em toda a história da humanidade mudanças sociais a favor do povo e dos mais pobres sem que eles se organizassem, lutassem e conquistassem.
No fundo, o que a grande mídia teme é a força organizada dos trabalhadores. Por isso, tentam criar um clima de desânimo, contrário às lutas sociais, para evitar uma nova ascensão do movimento de massas que altere a correlação de forças na sociedade. A força da classe dominante está no poder econômico e na mídia, com o controle da ideologia. A força dos trabalhadores está na sua capacidade de mobilizar as maiorias. Para quem não acredita em luta de classes, podem esperar cenas cotidianas desse confronto.
Viomundo – Muita gente defende realmente a reforma agrária, mas discorda de ocupações que consideram violentas. O senhor concorda com esse tipo de ocupação? O que diria as essas pessoas?
João Pedro Stedile – O MST já usou todas as formas de luta possíveis e legítimas na luta pela democratização da terra: abaixo-assinados, 800 mil se cadastraram nos Correios (nos tempos do FHC), marchas de mais de 1.500 quilômetros, manifestações de rua e também ocupações de terras. Se houvesse vontade política e força social suficiente, não precisaríamos fazer ocupações de terra. Isso representa um enorme sacrifício para as famílias. As famílias não fazem ocupações porque gostam. A história de dominação do latifúndio é que fez com que as ocupações se transformassem na principal forma de luta dos camponeses.
As pessoas que criticam as ocupações de terra deveriam saber que todos os assentamentos que existem foram frutos de ocupações e pressão de acampamentos. Ao mesmo tempo, deveriam saber também que a maioria dos grandes proprietários não obteve suas terras por meio do trabalho, mas se apropriou ilegalmente de terras publicas por meio da apropriação indébita. O que as pessoas dizem quando o banqueiro Daniel Dantas usa recursos de origem desconhecida para compra 56 fazendas com mais de 400 mil hectares no sul do Pará? Algumas delas são griladas de terras públicas e portanto nem sequer escritura têm.
Viomundo – E a ocupação da Cutrale?
João Pedro Stedile – Todo mundo criticou a nossa ocupação na Cutrale, porque os companheiros numa atitude desesperada derrubaram pés de laranja. No entanto, não ouvimos críticas na mesma altura pelo fato de a Cutrale se apropriar de mais de 5 mil hectares de terras públicas, registradas como propriedade da União, e que o Incra move um processo para despejá-la. Os trabalhadores são condenados por destruir menos de um hectare de pés de laranjas, mas a Cutrale pode grilar terras, criar um cartel no setor do suco e, com isso, nos últimos dez anos, segundo o IBGE, levar à falência mais de 20 mil pequenos e médios citricultores, que foram obrigados a destruir mais de 200 mil hectares de laranja no estado de São Paulo !!!
Viomundo – O MST não receia perder o apoio de parte da sociedade em função das ocupações de terra?
João Pedro Stedile – É possível que determinados momentos setores da sociedade se deixem influenciar pela campanha sistemática da imprensa. Mas quando isso não tem base real e verdadeira, as pessoas se dão conta de que há manipulação. A mídia burguesa já fez muita campanha contra o Lula, mas a população continua dando apoio ao seu governo.
Na base social, entre os pobres, entre os trabalhadores, o MST continua tendo muito apoio. Eu diria até que o MST nunca teve tanto apoio entre os setores organizados e conscientes da nossa sociedade. Esses setores se deram conta que as elites não querem abrir mão da concentração da propriedade e, por isso, nos atacam com tanta veemência.
Se fosse pela vontade das elites, nós e os demais movimentos sociais já tinham desaparecido. Estão nos perseguindo no Congresso Nacional: em oito anos, criaram três CPIs contra o MST. Não há registros na história do Brasil de perseguição desse tipo contra nenhum movimento social ou partido político. No entanto, continuamos firmes, porque a causa da reforma agrária é justa e necessária para o país.
No fundo, todo mundo é a favor da reforma agrária e contra o latifúndio. Chegará o dia em que a verdade será maior do que a manipulação.
Viomundo – Mas o apoio da sociedade civil à reforma agrária é importante, concorda?
João Pedro Stedile – Com certeza. Infelizmente, vivemos um momento de refluxo do movimento de massas em geral. E isso diminui a força daqueles que defendem mudanças no campo e nas cidades.
Veja a dificuldade para aprovar a lei que reduz 44 para 40 horas a jornada de trabalho, já em vigor em todo o mundo industrializado. Veja a dificuldade para aprovar o projeto de lei que determina a desapropiaçao de fazendas com trabalho escravo. Veja a greve dos professores do Estado de São Paulo. A sociedade não fez ainda ações concretas para apoiar demandas tão justas. As organizações populares e progressistas não têm tido força para fazer as mudanças. Pelas mãos do agronegócio, o Brasil se transformou no maior consumidor mundial de venenos agrícolas (são 720 milhões de litros por safra, que agridem o meio ambiente, destroem o solo, as águas e vão para seu estômago dentro dos alimentos) e a sociedade não reage! Mas isso é temporário. Outro ciclo virá com o reascenso dos movimentos de massas e de maior mobilização das forças populares. Aí, teremos as mudanças necessárias, como a reforma agrária. Não se pode pensar em reforma agrária separada das demais mudanças que a sociedade brasileira precisa.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Uma data a nao ser lembrada - 46 Anos depois.

Por Caio Navarro de Toledo

Àquele/as que partiram sem poder dizer adeus.

Há 46 anos – na data em que o imaginário popular consagra como o “dia da mentira” – era rompida a legalidade democrática instituída no país com a Constituição de 1946. Nestes dias, apenas os falcões da ultradireita brasileira talvez se atreverão a lembrar ou comemorar publicamente o 1º de abril de 1964; civis e militares que o fizerem, em bizarros cenários, serão uma inexpressiva minoria. Hoje, a quase totalidade das entidades que conspirou, apoiou e promoveu a derrubada do governo democrático de João Goulart (1961-1964), não festejará o golpe civil-militar de 1964. A este respeito, tome-se o exemplo dos grandes meios de comunicação; nesta semana, ao contrário do que fizeram durante quase duas décadas, deixarão eles de publicar editoriais e artigos que exaltarão as “realizações” do regime militar.* A explicação é uma só: no Brasil contemporâneo, todos se afirmam “amigos” ou amantes da democracia...

Diante da recorrente questão “Golpe” ou “Revolução”, deveríamos lembrar as palavras de um ativo protagonista do movimento de abril. Em celebrado depoimento (1981), Ernesto Geisel declarou: “o que houve em 1964 não foi uma revolução. As revoluções se fazem por uma ideia, em favor de uma doutrina”. Para o vitorioso de 1964, o movimento se fez “contra Goulart”, “contra a corrupção”, “contra a baderna e a anarquia que destruíam o país”.

As palavras do militar golpista – pertinentes, pois rejeitam a noção de “Revolução” para caracterizar o 1º. de abril de 1964 –, no entanto, podem ser objeto de uma outra leitura. Neste sentido, é possível – a partir de uma outra perspectiva teórica – ressignificar todos os “contras” presentes no depoimento do ex-ditador. Mais correto é então afirmar que 1964 representou: (a) um golpe contra a incipiente democracia política brasileira; (b) um movimento contra as reformas sociais e políticas e (c) uma ação repressiva contra a politização dos trabalhadores e o promissor debate de idéias que, de norte a sul, ocorria do país.

Em síntese, no pré-1964, as classes dominantes e seus aparelhos ideológicos e repressivos – diante das iniciativas e reivindicações dos trabalhadores no campo e na cidade e de setores das camadas médias – apenas vislumbravam “crise de autoridade”, “subversão da lei e da ordem”, “quebra da disciplina e hierarquia” dentro das Forças Armadas e a “comunização” do país que, no limite, implicariam a “dissolução da pátria e da família” e o “fim propriedade privada”. Embora, por vezes, expressas numa retórica “radical” – reformas na “lei ou na marra”, “forca aos gorilas!” etc. –, as demandas por reformas sociais e as consignas políticas da época visavam, fundamentalmente, o alargamento da democracia política e a realização de mudanças no capitalismo brasileiro.

Contra algumas formulações “revisionistas” – presentes no atual debate político e ideológico (inclusive nos campos da literatura política e historiografia progressistas) – que insinuam “tendências golpistas” por parte do governo Goulart, deve-se enfatizar que quem planejou, articulou e desencadeou o golpe contra a democracia política foi a alta hierarquia das Forças Armadas, incentivada e respaldada pelo empresariado (industrial, rural, financeiro e investidores estrangeiros) bem como por setores das classe médias brasileiras (as chamadas “vivandeiras de quartel”). Sabe-se que desde 1961 – bem antes da chamada “agitação” ou “subversão” das esquerdas” –, alguns desses setores começaram a se organizar para inviabilizar o governo Goulart; a mobilização pelas reformas sociais e políticas – apoiada pelo executivo – incentivou a conspiração e amadureceu a decisão dos golpistas de decretar o fim do regime democrático de 1946.

Destruindo as organizações políticas e reprimindo os movimentos sociais de esquerda e progressistas, o golpe foi saudado pelas associações representativas do conjunto das classes dominantes, pela alta cúpula da Igreja católica, pelos grandes meios de comunicação etc. como uma autêntica “Revolução redentora”. Por sua vez, a administração norte-americana de Lyndon Johnson (1963-1969) – que deixou de concretizar o apoio material aos golpistas, como está comprovado documentalmente –, congratulou-se com os militares e civis brasileiros pela rapidez e eficácia da “ação revolucionária”. Para alívio do Pentágono, da CIA, da Embaixada norte-americana etc, uma grandiosa e “nova Cuba” ao sul do Equador tinha sido evitada!

Embora tivesse uma simpática acolhida junto aos trabalhadores, às classes médias baixas e aos meios sindicais, o governo João Goulart ruiu como um “castelo de areia”. Dois de seus principais pilares de apoio – como apregoavam os setores nacionalistas – mostraram ser autênticas “peças de ficção”. De um lado, o propalado “dispositivo militar” que seria comandado pelos chamados “generais do povo”; de outro, o chamado “quarto poder” que estaria representado pelo Comando Geral dos Trabalhadores (CGT). A rigor, ambos assistiram – sem qualquer reação significativa ou eficaz – a queda inglória de um governo a quem juravam fidelidade; inclusive, diziam os mais “radicais”, com o preço da própria vida.

Desorganizadas e fragmentadas, as entidades progressistas e de esquerda – muitas delas subordinadas ou tuteladas pelo governo Goulart – não ofereceram qualquer resistência à ação dos militares. Sabe-se que, às vésperas de abril, algumas lideranças de esquerda afirmavam que os golpistas, caso atrevessem quebrar a ordem constitucional, teriam as “cabeças cortadas”. Mostraram os duros fatos que se tratava de uma cortante metáfora. Com a ação dos “vitoriosos de abril”, a retórica, no entanto, tornou-se uma aguda e cruel realidade para muitos homens e mulheres durante os longos e sombrios 20 anos da ditadura militar.

46 anos depois, nada há, pois, a comemorar. O golpe de 1964 foi um infausto acontecimento pois teve conseqüências perversas e nefastas no processo de desenvolvimento econômico, político e cultural do Brasil – que ainda se refletem nos tempos presentes. Decorridos 46 anos do golpe, o conjunto da sociedade brasileira repudia a data, mas os progressistas e socialistas não podem se satisfazer com a derrota sofrida pelos golpistas no plano ideológico. Se os valores da democracia atualmente são diuturnamente exaltado no debate político e cultural, os progressistas e os socialistas não podem se calar diante do fato de que o regime democrático vigente nos pós-1985 ainda não fez plena justiça às vítimas da ditadura militar e ainda todos aguardamos que a verdade sobre os fatos ocorridos entre 1964 e 1985 seja plenamente conhecida. Sendo o “direito à justiça” e o “direito à verdade” condições e dimensões relevantes de um regime democrático, não se pode senão concluir que a democracia política no Brasil contemporâneo não é ainda uma realidade sólida e consistente.

Caio N. de Toledo é professor colaborador da Unicamp. Autor de O governo Goulart e o golpe de 1964, Editora Brasiliense e 1964: visões críticas do golpe (org.), Editora Unicamp

* Após a combativa e intensa campanha que sofreu dos setores democráticos e progressistas, por ter utilizado, em editorial no ano anterior, a noção de “ditabranda”, acredito que a Folha de S. Paulo não mais ousará praticar o estelionato semântico que visou atenuar os efeitos da ditadura militar pós-1964.

(publicado originalmente no sítio da Fundação Perseu Abramo)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Ato em defesa de Cuba

Nós, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), convocamos tod@s @s militantes de movimentos sociais, do movimento sindical progressista, dos partidos progressistas e tod@s @s que tremem de indignação diante de uma injustiça cometida contra quer ser humano, em qualquer parte do mundo, para um ato de solidariedade a Cuba diante da ofensiva contra-revolucionária que está em curso.

O Democratas e o PSDB, junto agora com a UGT, que se presta a ser o braço sindical da direita brasileira, vão estar nesta quarta-feira no Consulado de Cuba .

Por isso, convocamos toda a militância a também comparecer ao Consulado, às 8h, para manifestar nossa solidariedade ao povo e ao governo do país. Defender Cuba é defender a Revolução e suas conquistas econômicas, sociais, políticas e culturais.

Nenhuma opressão mais contra Cuba. Querem impor um bloqueio contra a ilha no Brasil. Querem impedir que o povo brasileiro conheça a Revolução. Chega de bloqueio midiático contra Cuba. Chega de perseguição.

Vamos dar um basta na contra-revolução latino-americana, que derruba presidente em Honduras, que cria bases dos EUA na Colômbia e que ataca todos os dias a revolução cubana aqui no Brasil.

É hora de retribuir o que sempre recebemos desta grande pátria latino-americana: a solidariedade irrestrita aos povos do mundo. Não devemos vestir branco, pois esta será a cor da roupa dos contras.

Com firmeza, mas com organização, estaremos lá, na defesa de Cuba, da defesa de seu povo e na defesa dessa Revolução, que também é nossa.

O Consulado fica na rua Cardoso de Almeida, 2115, bairro Sumaré, São Paulo.

Direção estadual MST/SP
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST

terça-feira, 6 de abril de 2010

O mandato da Rosi


Por Renato Simões

Rosi é a vereadora Rosimeire Pan D’Arco de Almeida Serpa. Exerce seu segundo mandato na Câmara Municipal de Iaras, município de cerca de 3 mil habitantes localizado na região central do Estado de São Paulo, a uns 100 km de Bauru. Criado em janeiro de 1990, portanto uma cidade jovem de apenas 20 anos de idade, Iaras é palco, desde 1995, de um dos maiores conflitos agrários do estado de São Paulo. É lá que, neste momento, trava-se a batalha pelo mandato da companheira Rosi, do PT. E do MST…

Conheci Iaras pela ação do MST. Foi a primeira ocupação de terras de que participei na qualidade de deputado estadual, em 1995. Conheci Iaras, portanto, em sua infância, com apenas cinco anos de idade, e dela não me separei nestes anos. Como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa e como coordenador da Frente Parlamentar Estadual pela Reforma Agrária, fui tantas vezes a Iaras que perdi a conta. Ali, desde os primórdios da primeira ocupação de terras, verifica-se um caso exemplar da criminalização dos movimentos sociais, em especial agrários, que marca a “redemocratização” do país.

Rosi é uma das assentadas pelo Incra em terras públicas de Iaras, pertencente à União e arrecadadas para reforma agrária pela Justiça Federal ainda no governo FHC. Iaras é o epicentro de um terremoto agrário causado por essa ocupação pioneira.

Originalmente, seu território está em pleno Núcleo Colonial Monção, um projeto de colonização desencadeado pelo governo federal há exatos 100 anos. Nos idos de 1909, 1910, o governo federal adjudicou terras de inúmeras fazendas daquela região, com o objetivo de desenvolver o interior do estado de São Paulo com pequenas propriedades de colonos.

Essas fazendas foram, portanto, transformadas em propriedade da União, e perfazem uma área de – pasmem! – mais de 50 mil hectares de terra. Hoje, terras federais, em território maior que o famoso Pontal do Paranapanema, palco das lutas históricas do MST e outros movimentos agrários por terras devolutas do governo do Estado de São Paulo desde os anos 1990.

Os projetos de colonização, infelizmente, nunca se efetivaram. O centenário Núcleo Colonial Monção foi sendo, no começo do século 20, rateado entre fazendeiros e, mais recentemente, empresas rurais,que, com base em títulos falsos, usurparam ao longo de décadas patrimônio público da União destinado à reforma agrária. Entre essas terras, encontram-se as terras da fazenda Capivara, onde Rosi e sua família estão assentadas. E também as terras da antiga fazenda Turvinho, grilada pela Cutrale, em cuja área origina-se a fazenda Santo Henrique, de cuja ocupação Rosi é acusada de participar.

A vereadora Rosi, do PT, em função de acusações absolutamente falsas, foi presa juntamente com lideranças do MST regional. Libertada para responder as acusações em liberdade, enfrenta agora Comissão Processante instalada na Câmara Municipal de Iaras, por quebra de decoro parlamentar. Seu crime? Ter comparecido, como dezenas de parlamentares do PT de todo o país, a uma ocupação de terras. Suas testemunhas de acusação, já ouvidas, entre muitas contradições, afirmaram tê-la visto dentro de um carro no dia da ocupação, em local próximo à fazenda. Por isso, pedem novamente sua cassação. Novamente? Sim, não é a primeira tentativa de cassação da vereadora Rosi, pedra no sapato das elites e da administração municipal local dentro do Legislativo de Iaras.

O Incra, desde o início do governo Lula, intensificou as ações judiciais para retirar das áreas do antigo Núcleo Colonial Monção todas as empresas e fazendeiros que ocupam irregularmente aquelas terras. Já conseguiu vitórias importantes, por decisão judicial ou por negociação. Diferentemente da Cutrale, uma das famosas grileiras que sustentam a luta contra os sem-terra, a Lwarcel Papel e Celulose entregou já ao Incra, em acordo judicial, 2.600 hectares de terra para assentamentos, e o próprio Governo do Estado de São Paulo também já reconheceu a propriedade da União sobre as terras que ocupava, mais de 2.300 hectares. São favas contadas, depois de todos os obstáculos colocados pela má vontade de setores do Poder Judiciário e Prefeituras da região, a arrecadação dessas terras pela União.

A ação dos sem-terra foi a grande responsável por jogar luz sobre o esbulho promovido contra a União, portanto, contra o povo brasileiro, através da grilagem do Núcleo Colonial Monção. Ao custo da criminalização de seus dirigentes, e também de seus apoiadores, como a vereadora Rosi e o presidente do PT de Iaras, Edilson Grangeiro Xavier.

Contra os interesses populares, a Cutrale movimentou o governo do Estado de São Paulo e seu aparato policial, o Ministério Público, o Poder Judiciário, toda a grande mídia privada, uma “respeitável” bancada de 55 deputados federais que receberam contribuições da empresa para suas campanhas – quatro dos quais integrantes da CPI do MST – e, agora também, a maioria dos vereadores da Câmara Municipal de Iaras que quer cassar o mandato da companheira Rosi.

A Secretaria Nacional de Movimentos Populares e Políticas Setoriais do PT lançou um chamado nacional aos vereadores e vereadoras do PT para que manifestem, através de moções nas suas Câmaras Municipais, seu apoio e sua defesa do mandato da vereadora Rosi.

Para nós, do PT, a origem e a relação fraterna do PT com os movimentos sociais deve ser cláusula pétrea. Solidariedade não vai faltar em defesa dos defensores e das defensoras de direitos humanos do povo sem-terra. E ação política para efetivar a reforma agrária neste grande pedaço do chão brasileiro hoje usurpado por grupos econômicos privados, e que pela ação do governo federal começam a retornar a seus verdadeiros donos e donas, o povo brasileiro.

Renato Simões é secretário nacional de Movimentos Populares e Políticas Setoriais do PT

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Inês Pandeló discute Mortalidade Materna em Volta Redonda

O avanço da medicina e do atendimento médico hospitalar ainda não foi o suficiente para reduzir o índice de mortalidade materna. A cada dois dias, uma mulher morre em decorrência de complicações no parto. Ao ano, são mais de 170 óbitos ocasionados por algum tipo de infecção, hipertensão ou hemorragia. Estudos comprovam que 90 dessas mortes poderiam ser evitadas. O assunto foi o principal foco do lançamento da campanha Pré-Natal e Parto Seguro: Direitos Seus, na manhã de hoje, 30 de março, em Volta Redonda. Participaram da mesa debatedora, além da presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj, deputada Inês Pandeló, a coordenadora Glória Amorim, da Coordenadoria da Mulher do município, a secretária de Saúde, Sueli Pinto e a presidente da Casa da Criança e do Adolescente e da Pastoral da Criança, Irmã Elizabeth Alves.

Inês ressaltou que apesar da redução no percentual da taxa de fecundidade e de natalidade, o índice de mortalidade materna continua inalterado. Outra preocupação da comissão diz respeito à violência doméstica contra a criança e o adolescente, que na maioria das vezes é velada entre as quatro paredes do lar, local em que o menor deveria estar seguro.

A deputada lembrou o caso da menina Isabela Nardonni, de São Paulo, que sofreu espancamento, esganadura e jogada do prédio onde seu pai e a madrasta moravam. Esse caso teve grande repercussão na mídia, mas precisamos tratar da violência contra menores que fica oculta e muitas vezes têm a conivência da mãe, destacou.

A irmã Elizabeth disse que na região foram registrados 300 casos de violência contra menores. Cinquenta e dois por cento dos casos são de estupro cometido por alguém da família, como pai, irmão, avó ou primo. Dados da Organização Mundial da saúde dão conta que no Brasil, a cada duas horas morre uma criança e no mundo, são 500 mil mortes por ano. As causas vão desde o atendimento deficitário na área da saúde à gravidez na adolescência.

Glória Amorim acredita que o resgate à política de atendimento a mulheres grávidas é fundamental. É inadimissível que uma gestante perca seu filho por complicações no parto, avaliou.

A secretária Sueli Pinto disse que desde 1993 o município vem investindo em ações para a redução da mortalidade materna. A taxa de cesareana ainda é alta, 64, sendo que a Organização Mundial de Saúde preconiza 15. Existe uma cultura arraigada na sociedade de que o procedimento é melhor que o parto normal. Hoje, em Volta Redonda, a mulher tem acesso aos serviços de saúde em todas as 33 Unidades Básicas de Saúde. Estamos investindo cada vez mais na humanização dos nossos profissionais e entendemos que o atendimento à mulher tem que levar em conta sua singularidade.

Ainda na audiência, foi apresentado um resumo das ações da Secretaria de Saúde.


CAMPANHA - A campanha, que irá até o dia 28 de maio, data em que se comemora o dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Dia Mundial de Combate à Mortalidade Materna, irá focar também a importância de a mulher ter um local definido antecipadamente para dar a luz. Muitas vezes é necessário que se faça uma verdadeira peregrinação para encontrar uma maternidade, comentou Inês.

Durante a campanha estão sendo distribuídos kits com camisetas, adesivos (cri-cri), adesivos para carros, cartazes e filipetas.

domingo, 4 de abril de 2010

Vox Populi: Serra tem 34%, contra 31% de Dilma, estão tecnicamente empatados!!!

Eliano Jorge

A pesquisa do Vox Populi, divulgada pelo Jornal da Band na noite deste sábado, 3, traz José Serra, do PSDB, com 34% das intenções de voto para presidente da República.Dilma Roussef, do PT, aparece com 31%. Ciro Gomes, do PSB, soma 10%. Marina Silva, do PV, tem 5%.

Como a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, está caracterizado um empate técnico entre os candidatos tucano e petista.

No cenário sem Ciro, Serra soma 38%, Dilma, 33%, e Marina, 7%. Foram ouvidas 2 mil pessoas entre 30 e 31 de março. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), segunda-feira, 29 de março, com o número 7337/2010, encomendada pela Rádio e Televisão Bandeirantes.
Na sondagem eleitoral anterior do mesmo instituto, realizada entre 14 e 17 de janeiro, Serra registrava 34%, contra 27% de Dilma. Ciro tinha 11%, e Marina, 6%.
Terra Magazine

A mídia, os jornais de SP estão escondendo a pesquisa Vox Populi. Nem uma palavra na Folha de São Paulo, nem uma palavra no O Globo. O Estadão mostra a pesquisa e faz criticas a métodologia da pesquisa. Está transparente como água que pesquisas para serem divulgadas só as que fizeram acordo com o tal Instituto Milleniun. Tanto isso é verdade que o Bonner do JN disse que só divulga pesquisa do IBOPE e do Datafolha. O melhor é que o povo assiste o jornal da Band, ontem a senhora que trabalha aqui em casa, me ligou para dizer que a Dilma está coladinha no Serra. Ela sabia que eu não estava assistindo a TV porque estava recebendo uns amigos para jantar, mas sabia que eu iria gostar de saber. Alias ela e família estão apavorados com a mínima possibilidade de Serra se eleger. Ontem também me ligou o meu primo que é Tenente da PM SP, disse cobras e lagartos do Serra, disse que não vota no Serra de jeito nenhum, que no PSDB não vota nunca mais, que vai votar na Dilma. Me disse ele que o nome do Serra nas associações dos militares da PM é motivo de xingamento,chacota ,e repulsa. Que eles comemoram a saída do Serra do governo de SP.

sábado, 3 de abril de 2010

A herança em São Paulo


O último dia do presidenciável José Serra (PSDB) à frente do governo paulista foi marcado por uma manifestação com ao menos 10 mil professores pelas ruas de São Paulo, na quarta-feira 31. A marcha foi batizada como “bota-fora do Serra” e faz parte do calendário de mobilização dos docentes da rede estadual, em greve desde 8 de março.

Os sindicatos de professores reivindicam um reajuste salarial de 34,3%. Mas o governador manteve-se inflexível na recusa de dialogar com os grevistas. Em vez disso, anunciou à imprensa, sem negociar com os servidores, um bônus permanente de 25% para 45 mil docentes (os 20% mais bem avaliados em exames).

A medida é considerada injusta pelos sindicatos, uma vez que 80% dos professores continuariam sem aumento. O reajuste exigido pela categoria é para compensar perdas desde 1998.

A Secretaria da Educação afirma que apenas 1% dos docentes aderiu à greve, ao passo que os sindicatos estimam uma participação superior a 70% em todo o estado. Os professores organizaram ao menos cinco grandes manifestações na capital paulista. Uma delas, na porta do Palácio dos Bandeirantes, resultou num saldo de 26 feridos após um confronto entre os grevistas e a polícia.

Um dia antes da manifestação, o PSDB e o DEM entraram com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral contra a Apeoesp (maior sindicato da rede, filiado à Central Única dos Trabalhadores) e sua presidente, Maria Izabel Azevedo Noronha, pelo uso da estrutura sindical com o objetivo de “interferir no âmbito eleitoral”.

Tucanos e democratas acusam Noronha, filiada ao PT, de usar o movimento grevista para fazer campanha em prol de Dilma Roussef. Mas, em meio ao bate-boca eleitoral, foi aprovada pelo Senado a convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que prevê a obrigatoriedade de negociações coletivas com servidores públicos.

“Os tucanos insistem nessa tese de que a greve tem interesses eleitorais, mas o fato é que já foram realizadas diversas outras manifestações nos anos anteriores por reajuste salarial”, afirma Artur Henrique, presidente da CUT. “A nossa pauta de reivindicações foi apresentada em agosto do ano passado. Se o governador quisesse, teria negociado conosco muito antes.”

Carta Capital