O avanço da medicina e do atendimento médico hospitalar ainda não foi o suficiente para reduzir o índice de mortalidade materna. A cada dois dias, uma mulher morre em decorrência de complicações no parto. Ao ano, são mais de 170 óbitos ocasionados por algum tipo de infecção, hipertensão ou hemorragia. Estudos comprovam que 90 dessas mortes poderiam ser evitadas. O assunto foi o principal foco do lançamento da campanha Pré-Natal e Parto Seguro: Direitos Seus, na manhã de hoje, 30 de março, em Volta Redonda. Participaram da mesa debatedora, além da presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj, deputada Inês Pandeló, a coordenadora Glória Amorim, da Coordenadoria da Mulher do município, a secretária de Saúde, Sueli Pinto e a presidente da Casa da Criança e do Adolescente e da Pastoral da Criança, Irmã Elizabeth Alves.
Inês ressaltou que apesar da redução no percentual da taxa de fecundidade e de natalidade, o índice de mortalidade materna continua inalterado. Outra preocupação da comissão diz respeito à violência doméstica contra a criança e o adolescente, que na maioria das vezes é velada entre as quatro paredes do lar, local em que o menor deveria estar seguro.
A deputada lembrou o caso da menina Isabela Nardonni, de São Paulo, que sofreu espancamento, esganadura e jogada do prédio onde seu pai e a madrasta moravam. Esse caso teve grande repercussão na mídia, mas precisamos tratar da violência contra menores que fica oculta e muitas vezes têm a conivência da mãe, destacou.
A irmã Elizabeth disse que na região foram registrados 300 casos de violência contra menores. Cinquenta e dois por cento dos casos são de estupro cometido por alguém da família, como pai, irmão, avó ou primo. Dados da Organização Mundial da saúde dão conta que no Brasil, a cada duas horas morre uma criança e no mundo, são 500 mil mortes por ano. As causas vão desde o atendimento deficitário na área da saúde à gravidez na adolescência.
Glória Amorim acredita que o resgate à política de atendimento a mulheres grávidas é fundamental. É inadimissível que uma gestante perca seu filho por complicações no parto, avaliou.
A secretária Sueli Pinto disse que desde 1993 o município vem investindo em ações para a redução da mortalidade materna. A taxa de cesareana ainda é alta, 64, sendo que a Organização Mundial de Saúde preconiza 15. Existe uma cultura arraigada na sociedade de que o procedimento é melhor que o parto normal. Hoje, em Volta Redonda, a mulher tem acesso aos serviços de saúde em todas as 33 Unidades Básicas de Saúde. Estamos investindo cada vez mais na humanização dos nossos profissionais e entendemos que o atendimento à mulher tem que levar em conta sua singularidade.
Ainda na audiência, foi apresentado um resumo das ações da Secretaria de Saúde.
CAMPANHA - A campanha, que irá até o dia 28 de maio, data em que se comemora o dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Dia Mundial de Combate à Mortalidade Materna, irá focar também a importância de a mulher ter um local definido antecipadamente para dar a luz. Muitas vezes é necessário que se faça uma verdadeira peregrinação para encontrar uma maternidade, comentou Inês.
Durante a campanha estão sendo distribuídos kits com camisetas, adesivos (cri-cri), adesivos para carros, cartazes e filipetas.
Temer ruralista
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