Por Bruno Elias, Marcius Siddartha, Gabriel Magno e Tássio Brito
O imperialismo tem na sua política de guerras um braço fundamental na manutenção do seu domínio econômico, político, cultural e militar. As conseqüências dessa política têm sua face mais visível nas atuais agressões à soberania e na ocupação do Iraque e Afeganistão. A despeito dos protestos e críticas em todo o mundo, no próximo dia 20 de março completam sete anos de ocupação militar dos EUA no Iraque. Ao frustrar àqueles que esperavam uma mudança de orientação, o governo Obama, eleito de maneira escandalosa prêmio Nobel da Paz, não só manteve o fundamental da política de George W. Bush como a reforçou, enviando mais 10 mil soldados ao Afeganistão, e iniciando uma ocupação militar em outro país: o Iêmen.
O acirramento dessa política de guerra e exploração do imperialismo, sobretudo o imperialismo estadunidense, se manifesta em distintas regiões do planeta. Enquanto seguem as pressões dos EUA e seus aliados sobre o Brasil para a imposição de sanções e isolamento ao Irã, na Palestina, assiste-se ao agravamento da crise na região onde em 2006, 1140 civis e 43 militares foram assassinados pelas tropas israelenses e estadunidenses, sendo que destes 30% dos civis eram crianças até 12 anos. No final de 2008 e início de 2009 ainda aumentariam as pressões contra o povo e a juventude palestina e mais recentemente Israel elevou a agressão ao anunciar a construção de 1.600 casas em assentamentos exclusivamente para judeus na parte árabe de Jerusalém.
Na América Latina, mesmo a presença de governos populares em vários países da região não tem conseguido impedir a contra-ofensiva política e militar da direita no continente que, associada ao imperialismo, se manifesta em iniciativas como a reativação da IV Frota da Marinha norte-americana no Atlântico Sul, a instalação das bases militares na Colômbia, o golpe em Honduras, a manutenção do embargo criminoso ao povo cubano pelos EUA e os ataques à sua revolução e a recente vitória das forças conservadoras no Chile.
O inicio de 2010, ainda, foi marcado pela tragédia que abalou o Haiti. O desastre aprofundou a dor dessa primeira nação negra da América, que mesmo conseguindo a sua independência e erradicação da escravidão com a luta do seu povo, hoje permanece mergulhada na pobreza e impossibilitada de exercer sua soberania. Após o terremoto, os EUA se apressaram em enviar mais de 10.000 soldados àquele país, se aproveitando da tragédia para reforçar seus interesses militares na região. Os jovens petistas devem reforçar a convicção de que a reconstrução do Haiti e a retomada da soberania de seu povo devem mobilizar a ajuda humanitária e a solidariedade de todos os povos do mundo. Tal situação exige, como afirmamos em nosso I Congresso , que a garantia da paz e a transição democrática devam ser acompanhadas de uma progressiva retirada da presença militar estrangeira no país.
O PT deve ter na sua juventude um instrumento estratégico de mobilização antiimperialista e de solidariedade internacionalista. Inconformados com a morte de milhares devido à política do imperialismo não podemos ver essa situação como uma fatalidade. E a organização e a luta da juventude é a melhor resposta que podemos dar.
Um chamado que foi lançado por iniciativa de jovens da Argélia, Bangladesh, Espanha, França, Marrocos, Palestina e Turquia, propõem uma Jornada Internacional contra as Guerras e Exploração para o dia 20 de março de 2010 (data do 7º aniversário da ocupação dos EUA no Iraque). Diversos militantes e entidades no Brasil, a exemplo da União Nacional dos Estudantes, já se associaram a essa mobilização e juntos podemos levar milhares as ruas do nosso país.
Ademais, sabemos que atrelada à política das guerras que atinge também a juventude, a exploração que é imposta pelo modo de produção capitalista tem levado os jovens a uma vida sem muitas perspectivas. Esse será um momento de denunciarmos também a tentativa de fazer com que os trabalhadores e a juventude paguem pela crise do capitalismo. Afinal, é sobre os jovens que recaem os efeitos mais nocivos da crise global, como o aumento dos níveis de desemprego e precarização do trabalho, a violência, a migração, a redução dos investimentos públicos em educação, saúde, moradia, enfim, na impossibilidade do desenvolvimento integral dos jovens.
Em Brasília, haverá no dia 19 de março um ato na Embaixada dos EUA como uma das atividades desta Jornada Internacional. Convocamos todos os jovens petistas e militantes sociais a participarem desta luta pelo direito de vivermos a nossa juventude, sem guerras e exploração.
Por uma Juventude Petista, Socialista e Internacionalista!
Bruno Elias é Coordenador de relações internacionais da JPT;
Marcius Siddartha é membro do Diretório Regional do PT DF e do Conselho Nacional da Juventude Revolução – IRJ;
Gabriel Magno é secretário de Juventude do PT DF;
Tássio Brito é 3º vice presidente da União Nacional dos Estudantes
Fonte: Página 13
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