domingo, 7 de março de 2010

Servidores, em passeata, acusam Serra de sucatear o SUS.

Durante a manifestação ficou decidido que a categoria entrará em greve.
Centenas de servidores da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo realizaram passeata, nesta sexta-feira, para denunciar que o governador José Serra (PSDB), ex-ministro da Saúde, está sucateando o SUS em todo o estado. Eles reclamam que as terceirizações que Serra tem promovido no sistema prejudicam servidores e pacientes. A categoria decidiu adotar o estado de greve e preparar um calendário de paralisações.
“Embora tenha sido ministro da Saúde, esse governador nada entende do Sistema Único de Saúde Pública. Entregar a saúde pública para a iniciativa privada é um projeto perverso. Ele desqualificou os funcionários e colocou um pessoal totalmente destreinado nos serviços. O fato é que esse governo privilegia os ricos, em detrimento dos mais pobres, que mais necessitam do SUS. A privatização que o Serra fez em São Paulo não é sequer fiscalizada”, acusou o presidente do SindSaude, Benedito Augusto, o Benão.
No protesto, que durou aproximadamente três horas, os servidores também reivindicaram melhores salários e condições de trabalho. Maria Aparecida Bastyi, da Associação dos Funcionários do Hospital das Clínicas, que participou da manifestação, disse que o governo paulista tem cometido um assédio moral tanto contra servidores quanto usuários da rede.
“O Serra está sucateando a saúde e fazendo um verdadeiro assédio moral. Esse assédio tem deixado os servidores doentes e os doentes mais doentes ainda. Com a estrutura que tem sido colocada, não temos tido condições de dar atenção devida aos doentes”, disse Maria Aparecida.
Neide Moreira de Oliveira, enfermeira do Hospital Regional de Osasco, reclamava que apenas os médicos receberam reajustes salariais.
“Nem reposição de concursados demitidos em 2007 foi feita. O governo nos informou que a privatização ou terceirização, como eles chamam esse processo, traria melhorias para o sistema. Mas não foi isso o que aconteceu. A população está a cada dia mais relegada ao descaso”, criticou Gessilne Frasão, oficial administrativa do Laboratório Regional de Bragança Paulista. De acordo com o sindicato, os servidores da saúde protestaram contra o congelamento e a ameaça de corte do adicional de insalubridade e pedem aumento de R$ 4 para R$ 14 no valor do vale-refeição. Querem ainda o fim das terceirizações e melhor atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde.

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